Yah-yass
Orlando Elísio F. Teque
Mindelo, São Vicente, 1958
Cantor, compositor, instrumentista (baixo, guitarra), produtor musical e promotor de eventos
Yah-yass, natural de São Vicente, aos 5 anos transferiu-se com os pais para a Praia, e foi aí que fez toda a sua formação sociocultural. Na década de 1970, com amigos do Bairro Kwame N’Krumah, desenvolveu a sua aprendizagem musical e formou vários grupos, destacando-se entre eles os N’krumah’s Five, Corsil 123 e Potência.
Mais tarde, em 1984, fez parte do Cimbodiana, acompanhando algumas sessões do concurso de vozes Todo o Mundo Canta. Em 1985, integrou o núcleo fundador do Finaçon, e participou nas gravações dos dois primeiros álbuns do grupo, Horizonte (1985) e Rabecindade (1987). Em 1988, com Magra, Duka, Gulba e Carlitos, integrou o Oásis, um grupo efémero que se inclinava para o jazz. Em 1991, fez parte do Gaibass, grupo que incluía Dany Carvalho, Adão Brito e Carlitos, e que além de Santiago, atuou no Fogo e na Brava. Segue-se, em 1993, o Djunta Mó, que com a chancela do Centro Cultural Francês deslocou-se a França com Vasco Martins para dois concertos (Paris e Grenoble), no âmbito da apresentação pública de uma obra sinfónica daquele músico.
Em 1993, por razões profissionais, Yah-yass muda-se para a ilha do Sal, onde em 1994, com o guitarrista Santos Spencer e o teclista Cláudio Ramos, funda o Trio Salgado, com o qual fez várias digressões em Cabo Verde e no estrangeiro, tendo gravado o álbum Cabo Paraíso. Em 1999, participa no Mobafuco, com várias atuações em programas de animação turístico-cultural, festivais e outros eventos.
A solo, Yah-yass gravou 2002 Amor & Melodia, produzido e editado pela sua própria editora, Yah-yass Productions, assim como o segundo, Nha Sonho, em 2021. O seu repertório é bem diversificado, percorrendo estilos musicais como o zouk e o funana, entre outros. Em Nha sonho propõe uma versão modernizada da canção tradicional “Boas festas” digna de empolgar os frequentadores das pistas de dança mais animadas dos tempos atuais.
Ao longo dos anos, Yah-yass acompanhou uma enorme lista de artistas cabo-verdianos, como Paulino Vieira, Tito Paris, Cesária Évora, Fantcha, Gardénia Benrós, Antero Simas, Djosinha, Lura, Jorge Humberto, Zizi Vaz, Nhelas Spencer, Téte Alhinho, Mayra Andrade, Quirino do Canto, Amadeu Fontes, Morgadinho, Toy d’Bibia, Mariana Ramos, Luís Morais, Bana, Ildo Lobo, entre outros. Em 2000, com Dulce Matias, atuou no Rencontres et Racines – Festival des Cultures et Musique du Monde (Audincourt, França) e no IX Festival Internacional de las Culturas (Huesca, Espanha). Neste último, atuou também com o grupo afro-francês Les Nubians. Em Cabo Verde, participou já em quase todos os festivais, em todas as ilhas.
A cantora Magda Évora, que gravou o seu álbum Amor infinito em 2000, incluiu nele três temas de Yah-yass, que, em parceria com José Luís Santos Spencer, produziu o disco e participou como músico e diretor musical. Em 1999, na Ilha do Sal, também com Spencer, dirigiu a realização do primeiro festival de violinos de Cabo Verde e o Fórum da Música de Cabo Verde.
Desde 2003 Yah-yass reside nos Estados Unidos, onde desenvolve uma intensa carreira musical, tanto a solo como em grupos ou acompanhando outros artistas. Em 2016, criou no Facebook o grupo ACVM – Agentes Caboverdeanos da Música, com o objetivo de “ser um banco de dados e uma montra para dar a conhecer todos os cabo-verdianos envolvidos na música, tanto residentes no país como na diáspora, sem distinção entre as gerações ou géneros musicais que cada um é livre de escolher e de praticar”.
Em 2018, em parceria com os promotores de eventos Yuka Barros e Ary Lopezz, lançou a Red Carpet Awards, uma gala anual destinada a premiar artistas e outras personalidades que se destacam na comunidade cabo-verdiana nos EUA. Depois de duas edições, a pandemia de Covid-19 obrigou a uma pausa em 2020 e a edição de 2021 ainda está por definir.
Discografia
- Amor & melodia, CD, Yah-Yass Productions, Roterdão, 2002.
- Nha sonho, CD, Yah-Yass Productions, 2021.
- Participação no CD Amor, amor (2002) de Anna Lopes.
- Participação no CD Lembrança (2009) do saxofonista Nhela Sax.
- Participação no CD Novo Horizonte (2013) de Vuca Pinheiro.
- Participação no CD Sodadi (2016) de José “Zé” Silva.
- Participação no CD Portador Di Nós Alma (2018) de Calú Bana.
Composições
Alma di Cretchêu; Alô Cretchêu*; Ami n’bem la di fora; Amor é dodu; Amorosamente (Lovely); Blue; Boca’l mundo; Bombona; Bu pêtu; Cabo Paraíso*; Coitado; Consedjos; Criol crê Alegria*; Criola linda; Cuzê sta passa; Dez Ilhas na Mar; Disorientado; Djunto contra Coronavirus; Fantasia; Ferido de amor; Festa di Povo; Festival na Djadsal; Funáná ta mata’m; Gól na Cabeça; Injuria; Minina bonita; Nha bida; Nha sonho; Paz & Amor; Pecado; Pracinha d’Quebrod; Ramedi; Sem Cretchêu (Mãe); Serenidade; Union
* Parceria com José Luís Santos Spencer e Cláudio Ramos
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