Teresinha Araújo
Maria Teresa Sanches de Figueiredo Araújo
Lisboa, Portugal, 1961
Cantora
Teresinha Araújo, que foi uma das três vozes femininas do Simentera, editou a solo em 2003 o álbum Nôs riqueza. O disco, esclarece a cantora, traz composições que “têm razões muito pessoais para estar ali” (Cabo Verde & a Música – Dicionário de Personagens). As músicas têm como autores o seu pai e tios, recordam vivências da cantora ou falam de Angola, de onde é o lado materno da sua família e onde o próprio pai viveu, na infância e juventude.
Teresinha Araújo nasceu em Lisboa em 1961, e tinha três meses quando os pais, José Araújo e Amélia Araújo, militantes da luta de libertação, integraram o “grupo dos 40”, formado por estudantes e militantes da luta anticolonial que fugiram de Portugal para França. Tinha nove meses quando a família chegou a Conacri, onde se concentrava o comando da luta que levaria à independência da Guiné e de Cabo Verde. E foi na escola piloto do PAIGC em Conacri que viveu, em regime de internato, até aos 12 anos. Aí começou a cantar, sob o estímulo de Abílio Duarte e Amílcar Cabral, tendo Waldemar Lopes da Silva como um mestre, com quem conviveu muito de perto. Acompanhava-a ao violão e sob a sua orientação Teresinha foi locutora de um programa infantil na Rádio Libertação.
Aos 12 anos, Teresinha Araújo partiu para a União Soviética para prosseguir os estudos, e aí sempre esteve ligada a atividades culturais e à música. Formada em pedagogia, regressou a Cabo Verde em 1984, exercendo a partir daí a profissão como quadro do Ministério da Educação. Em 1991, surge o Simentera, de que foi uma das fundadoras.
Discografia
- Nôs Riqueza, CD, Malagueta Music, Berlim, 2003.
- Live in Praia, CD, Malagueta Music, Berlim, Cabo Verde, 2003.
- Interpretações a solo em gravações do grupo Simentera: “Carta”em Music from Cape Verde (Simentera e outros), 1994. “Apili” e “Nha Codé” em Raíz, 1994; “N’sunha”, “Doce guerra” e “Oh mar, oh mar” em Barro e voz, 1999; “Valsa azul” e “Simentera – Azágua” em Cabo Verde em serenata, 2000; “Só minha”, “Oxi não” (com participação dos Touré Kunda) e “Lua cheia” (com Teté Alhinho, Maria João e Mário Laginha) em Tr’adicional, 2003.