Obá
Grupo, 1999 – 2008
Obá é uma sigla, com o significado de “O Brasil e a África”. O grupo foi fundado na cidade de Curitiba, Brasil, por estudantes cabo-verdianos (Gamal Monteiro, Vera Cruz e Talina Benoliel na voz e percussão; Zé Almada, violão), um moçambicano (Paulo Matabele, baixo) e os brasileiros Márcio Rosa (percussão), Daniela Araújo (voz), Lilian Nakahodo (teclas), Everaldo Leite (sax alto), Sheila Greco (sax soprano) e Rodrigo Calo (guitarra).
Márcio Rosa, que conheceu Gamal quando ambos tocavam num grupo de reggae, revelou a Cabo Verde & a Música – Museu Virtual que, certo dia, disse ao músico cabo-verdiano: “Vamos parar de tocar Bob Marley e criar a nossa própria banda”. E assim foi. O núcleo duro do grupo era formado por Gamal, Rosa e Matabele, assumindo composições e arranjos. Fizeram concertos e gravaram um disco, com precárias condições técnicas, o que os levou, anos depois, já em Cabo Verde, a regravar todas as músicas com produção de Kim Alves, juntando-as num CD com outras inéditas.
No disco gravado em Cabo Verde, dos membros iniciais aparecem Rosa, Matabele, Gamal e Talina, a que se juntam: Gilson “Djika” Barros (baixo), antigo membro do Djingo; Ulisses Português e Milton Dias (teclas); e três músicos da Banda Militar do Estado Maior das Forças Armadas nos sopros, Karlitus (trombone, mais tarde no Ferro Gaita), Zitu (sax tenor), Zazanu e Karmezitu (trompetes). No vocal, Nilza Barros e Annie Francês.
Reggae, funaná, tabanka e misturas com ritmos brasileiros compõem o repertório do Obá. Ambos os discos têm o mesmo título, apenas com a diferença de um estar escrito em português e o outro em cabo-verdiano.
Embora sem participação no álbum, passaram pela banda ou colaboraram pontualmente um grande número de músicos. Zé Lucky (guitarra elétrica), Adão Brito (baixo), Serguei e 49 (percussão) tocaram na banda nas primeiras apresentações em Cabo Verde. Na última formação, participando no último show do grupo no Festival da Gamboa, em 2008, estiveram Edson Dany (baixo), Afrikanu di Anu Nobu (cavaquinho elétrico), Duka (guitarra elétrica), Steph Perruchet (percussão) e Nixe Wadada (backing vocais).
Ao longo do tempo, outros nomes surgem com colaborações pontuais com o Obá, casos dos guitarristas Santos e Zequinha Magra; Helder (bateria); Tó Alves (cavaquinho), Valdo Pereira (coros); Bino Barros (guitarra) e Lenine Barbosa (teclado). Djinho Barbosa tocou teclado no lançamento do álbum, em 2006.
Em 2008, Márcio Rosa volta ao Brasil. O Obá interrompe as suas atividades (embora Rosa considere que podem sempre retomá-las) e Gamal envereda pelo projeto de criação do grupo Afroband, cujo baterista é o seu filho Zumbi, desde criança dedicado a este instrumento.
Discografia
- Resistência – Música de Alma Negra, CD, ed. do grupo, Curitiba, 2000.
- Razisténsia – Múzika d’Álma Negru, CD, ed. do grupo, Praia, 2006.
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