Gilyto

Por GN em 21 de Abril, 202521 de Abril, 2025

Gil Moreira Semedo

Assomada, 1976

Cantor, compositor e empresário

A visibilidade de Gilyto está associada ao seu lado empreendedor tanto quando à sua carreira artística. Tem a sua própria produtora (inicialmente GMS Production, mais tarde, GMS Entertainment), responsável por eventos mediáticos como Cabo Verde Music Awards, que atribui prémios a artistas consagrados, e Talentu Strela, um concurso para novatos; aluga sala de ensaios para música e dança, na Praia; e comercializa uma linha de T-shirts com a marca Made in Cabo Verde.

Enquanto cantor, surgiu em 1999, com o CD Kel tempu, mas antes disso tinha participado no Vedetas do If (concurso da discoteca If, em Lisboa) que foi a sua primeira atuação em público, como relatou à RTP África (link não disponível). Não venceu, mas ficou bem classificado, e foi a partir daí que ganhou o gosto pelo palco.

Gilyto foi criado em Achada Galego, município de Santa Catarina, pelos avós, já que os pais viviam em Portugal. Aos 11 anos vai encontrá-los, ficando a residir nesse país. Em meados dos anos 1990, aos 19 anos, parte para a Holanda onde encontra os primos aí residentes: Vado e Gil Semedo. A semelhança do nome – quando um era chamado os dois respondiam – faz com que optasse por Gilyto, como desde então é conhecido. Em comum com o primo tem, além disso, recordações de ouvir batuku na infância e a paixão pela dança: os passos de Michael Jackson e o break dance. É nessa altura que aprende a tocar piano e começa a compor. É num sintetizador que compõe e faz os arranjos dos seus funanás frenéticos, entre outros géneros que constam do seu repertório.

Ao programa CV Mix, da TCV, diz ver-se sobretudo como artista de palco, daí investir muito nos shows, que incluem bailarinos, vídeo e pirotecnia. A gestão da sua carreira e a prioridade dada à promoção pela rádio e TV foram sempre preocupações suas, e o artista destaca que para cada álbum sempre procurou fazer dois ou três videoclipes, antes do próprio disco sair, como declara em entrevista ao programa CV Mix, na TV cabo-verdiana.

Depois de Kel tempu, seguem-se Nha actriz principal (2001) e Diamante africana (2005). Ainda em 2005, lança o DVD Mr. entertainer. No ano seguinte aposta em agradar tanto a juventude que já conquistou como a audiência mais voltada para o tradicional: Traduson pa tradison (2006) é um álbum duplo, com um disco acústico e outro tendo em vista as pistas de dança. Live@Luxembourg (2008), traz temas bem conhecidos e cinco videoclipes e nesse mesmo ano edita, em parceria com a Zoukmania (Brasil) um CD somente para o mercado brasileiro.

Participações em projetos coletivos também fazem parte dessa trajetória. Em parceria com a produtora portuguesa Andinos, editou o DVD/CD O Canto dos Animais, destinado ao público infantil e reunindo vários artistas dos PALOP.

Em 2011, ao mesmo tempo em que lançava o seu Best Of, apresentou a música oficial da seleção cabo-verdiana de futebol, “Os Tubarões Azuis”, com letra sobre a melodia de Thriller de Michael Jackson. Ao completar 15 anos de carreira, lançou 15 Anos de Funáná/Kizomba, em 2014.