Eletrofones
Por Margarida Brito
Os eletrofones são hoje muito utilizados por quase todos os grupos musicais.
Dividem-se em duas categorias:
- elétrico-acústicos: guitarra, piano, contrabaixo elétricos, entre outros.
- eletrónicos: sintetizadores analógicos, digitais e sampler.
Elétrico-acústicos
O uso dos instrumentos elétricos e eletrificados em Cabo Verde teve início nos anos 1960 com alguns grupos sobretudo na ilha de São Vicente. Estes grupos iniciaram com guitarra elétrica, seguindo-se o baixo elétrico e o contrabaixo. Entre eles destaca-se o Ritmos Cabo-Verdianos, Benitómica e outros. Alguns anos mais tarde, o grupo Voz de Cabo Verde foi a síntese dos anos de “aprendizagem”, período o músico Ti Goy teve um importante papel.
Nos anos 60 a formação de um grupo musical elétrico era constituído da seguinte forma: guitarra elétrica de acompanhamento (guitarra ritmo), guitarra solo (lead guitar), baixo elétrico, órgão (frequentemente da marca Farfisa ou Yamaha), bateria, percussão (maracas, reco-reco e pontualmente congas), cavaquinho eletrificado e voz.
Ver: Ritmos Cabo-Verdianos, Benitómica, Mindel’s, Los Metralhas, Los Gatos Bravos
Eletrónicos
O primeiro instrumento musical eletrónico foi inventado em 1907. Nos anos 1930, os órgãos eletrónicos Hammond estavam em grande voga nos EUA. A invenção da eletrónica veio trazer novas técnicas de composição e o universo da criatividade e de riqueza tímbricas alargaram-se. O compositor deixa de depender só dos intérpretes passando a poder ouvir a sua própria obra de forma imediata. O sintetizador Moog foi um dos primeiros a utilizar um circuito analógico. De uma forma geral os sintetizadores foram beneficiados com desenvolvimentos significativos nos anos de 1960, que têm continuado até a atualidade.
Atualmente estão sendo utilizados os sintetizadores em sistema MIDI (comunicação entre instrumentos eletrônicos) com mestria por músicos pontuais, chegando mesmo a realçar a genialidade de alguns com a criação de músicas conceptuais, com emprego de vários ritmos tradicionais em estilo livre, com uma estética e linguagem própria como é o caso do músico e compositor Vasco Martins (o primeiro a usar o sistema MIDI em Cabo Verde).
Por outro lado, a partir da década de 1990, os sintetizadores viabilizaram produções caseiras e esquemas de “pronto a gravar” que determinados produtores oferecem a quem deseje gravar um disco, o que gerou uma extensa discografia, dado o baixo custo de produção que torna acessível a gravação de um álbum.