Djosa Marques

José Lopes Marques da Silva
Mindelo, São Vicente, 1925 – Mindelo, São Vicente, 1989
Instrumentista (piano, bateria)
Djosa Marques foi um pianista de ouvido pois, apesar de ter estudado com Nho Reis, nunca teve paciência para a teoria musical. Segundo Morgadinho, numa entrevista ao jornal Terra Nova (Jul./Ago. 1989), Djosa foi, além de inimitável na maneira de interpretar mornas, um excelente sapateador.
Teve atuação no teatro que se fazia no Mindelo na década de 1960, refere o Voz di Povo (15.02.1989) na notícia do seu falecimento.
Tocava também bateria, tendo sido um dos pioneiros deste instrumento em Cabo Verde, e foi como baterista que participou no grupo Ritmos Cabo-Verdianos, ao lado dos irmãos Lulu Marques e Tony Marques.
Segundo o jornalista Carlos Gonçalves, também baterista, o músico interpretava mornas e coladeiras com influências de jazz, tocava, blues e baladas, tendo sido um grande admirador do músico norte-americano Errol Garner. Gonçalves recorda (texto publicado no Facebook) ter atuado com Djosa Marques em 1971, em espectáculos no Eden Park e mais tarde, em 1983, na Galeria Nhô Djunga. Resulta desta última atuação a gravação que aqui se reproduz, com Carlos Gonçalves (bateria) e Pomba (baixo) a acompanhá-lo.

Djosa Marques ficou na história de São Vicente como gerente do cinema Eden Park, que marcou época naquela ilha e do qual o seu pai, César Marques da Silva, foi um dos sócios fundadores.
Durante algum tempo, entre os anos 1950 e 1960, foi funcionário do Banco Nacional Ultramarino (BNU) na Guiné.
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