Djirga

Por GN em 4 de Setembro, 20244 de Setembro, 2024

Gregório Xavier Pinto

Praia, Santiago, 1936

Músico, compositor

No ambiente musical da Achada Santo António, nos anos 1950/1960, Djirga foi um dos jovens que se interessaram pelo violão, que aprendeu a tocar com Djonsa Farol, segundo artigo de Djudju Tavares no blogue Lantuna, em abril de 2005 (ver abaixo). Em resultado dessa vivência no bairro, irá participar do grupo Korda Kaoberdi, dirigido por Francisco Fragoso, nos primeiros anos de Cabo Verde independente.

Sobre ele, Djudju Tavares escreveu: “Criador artístico multifacetado, com conhecimento de teoria musical, Djirga não ficou somente por mornas e coladeiras, músicas da época, por excelência. Compôs, igualmente, samba e marcha do tipo brasileiro, funaná, canções ao estilo português, hinos religiosos e concorreu com letra e música ao concurso lançado em 1992, para a substituição do então hino nacional.”

Djirga é lembrado por Kim Alves ao recordar a sua infância cheia de referências musicais na vizinhança (www.asemana.cv, 29.09.2006) e por Zeca di Nha Reinalda e Zezé di Nha Reinalda, que o homenageiam na capa do LP N’ka Por Si (1982), colocando a sua foto entre as de Codé di Dona, Kaká Barbosa, Caetaninho, Sema Lopi, Ano Nobo e Ney Fernandes.

Como compositor, é um daqueles casos em que as músicas aparecem com diferentes autorias, devido à habitual a falta de cuidado em termos de produção. “Tarrafal”, por exemplo, no disco de José Casimiro Cabo Verde Terra Natal (1980), aparece em nome de Ano Nobo. No LP Djam Brancu Dja (1980) do Bulimundo em nome do próprio grupo. Mário Lúcio, no CD Ao Vivo e aos Outros (2006) indica ser parceria de Djirga com Oliveira Barros.

Outras composições de Djirga a serem citadas são “Pilon iletrico”, gravada por Bana (EP Pilon iletrico, 1973?) e por Frank Mimita (LP Frank Mimita canta Cabo Verde, na mesma época); “Moças di Praia” (Frank Mimita, no LP Nha Guran di Mundo, sem data); e “Sorriso de nha kretcheu”, por Mário Rui, CD Perdão nos ausência (2013).