Djinho Barbosa

Angelo Alberto Lopes Barbosa
Assomada, Santiago, 1964
Compositor, instrumentista (violão, baixo, teclas)
Djinho Barbosa fez parte do Abel Djassi, em finais dos anos 1970, sendo da primeira formação deste grupo, que sofreu muitas alterações. Antes disso, ainda em Assomada, formou o Pó di Terra, com o seu irmão Adriano, Totó Tavares e outros jovens.
Integrou o Finaçon, de 1988 a 1991, e mais tarde, em meados da década de 1990, formou com Jorge Pimpa (bateria), Nhelas Spencer (violão) e Russo Bettencourt (baixo – depois substituído por Paulo Noel) o efémero Quarteto em Si, com uma aposta na música instrumental e para dar a conhecer as composições dos membros do grupo. Na discografia dos grupos a que pertenceu ou em notícias, o seu nome aparece frequentemente com grafias incorretas – quando se encontrar Ginho, Dinho ou Jinho, trata-se de Djinho Barbosa.
Em 2006, Djinho Barbosa editou o CD Trás di son, reunindo um conjunto de 35 artistas/amigos, de diferentes estilos e gerações, entre cantores e instrumentistas – de Paulino Vieira a Hernani Almeida, passando por Gamal Monteiro, Princezito, Kisó Oliveira, Kim Alves e mesmo alguns que não frequentam habitualmente os estúdios, como Antero Veiga, que comparece ao acordeão, Sana Pepers, com a sua gaita de boca, Ilídio Baleno ao violão e Kaká Barbosa, que canta dois temas. As composições são na maior parte da autoria de Djinho Barbosa (letra e música), sendo três instrumentais (“Son d’alma”; “Topada na mazurca”; “Bandu di néon”) e, nas suas palavras, sintetizam a sua experiência musical. Aliás, Djinho pertence a uma família musical – é irmão dos compositores Kaká e Tey Barbosa, sem contar o parentesco com Nho Djonzinho Alves e sua prole de artistas.
À parte a música, trabalha na área das tecnologias de informação e comunicação. Depois de estudos no Brasil e nos EUA, passou pelo Núcleo Operacional para a Sociedade de Informação (NOSI, entidade que lançou na década de 2000 as bases da governação eletrónica em Cabo Verde) antes de ser pró-reitor da Universidade de Cabo Verde para essa área, desde a sua fundação em 2006 até 2012.
O blogue www.sondisantiagu.blogspot.com, que criou em 2005, foi durante vários anos um espaço para divulgação e questionamentos sobre questões culturais e de cidadania em Cabo Verde.
Desde 2017, Djinho Barbosa vive nos EUA, onde trabalha na Bridgewater State University, como diretor do Pedro Pires Institute for Cape Verdean Studies. Com outros cabo-verdianos aí residentes e ligados à área musical – Calu di Guida, Jacinto Fernandes, Maruka Tavares – e Djoy Amado integra o coletivo Terreru, cuja proposta é criar música em colaboração, entre outras atividades, a partir da experiência de cada um.
Em 2025 lança o seu segundo álbum, 1Son+Son, também este envolvendo um grupo extenso de participantes, entre os quais Paulino Vieira e o seu irmão Kaká Barbosa (in memorian mas com a sua voz em gravações do arquivo de Djinho). Vários outros familiares também participam do álbum. Neste disco, Djinho Barbosa grava composições já antigas que estavam na gaveta há anos, e outras bem recentes, com temas atuais, como “Michelle”, que a pretexto de Michelle Obama fala da situação das mulheres, ou “Bai palabra”, sobre a língua cabo-verdiana, para cuja oficialização o disco assume-se como um manifesto.




Discografia
- Trás di som, CD, edição do artista, Praia, 2006.
- 1Son+Son, edição digital, 2025.


Composições
Amor Azul; Bai Palabra; Bandu di Neon; Bari Cabeça; Bu Encantu; Dexan Kai; DulSiSon pa Luanda; Fri (Free) Son (música sobre poema “Finaçon” de Kaká Barbosa); Inda ta Reza; Infinito pa Kaká Barbosa; Mindel Mind – Koladera Rasgadu (parceria com Kaká Barbosa); Manhan Más Manhan; Maria Badia; Michelle; Morning (parceria com Ricardo de Deus); Misãu Kunpride; Musica na Finata 44 (sobre poema “Konfison na finata” de Kaká Barbosa); Nha Funku; Nos ku Nos; Pó di Terra; Raiz; Son d´Alma; Setembru – Next Square; Son di Santiagu; Son Kompiladu; Topada na Mazurka; Tranzi; Um Batuku Xatiado Si (parceria com Princezito); Um Zibiu pa Abilio Duarte.