Dino d’Santiago
Claudino Pereira
Quarteira, Algarve, Portugal, 1982
Cantor e compositor
Dino d’Santiago é um dos nomes de maior projeção atual no contexto da música cabo-verdiana. Em outubro de 2021, foi incluído na lista global de Afrodescendentes Mais Influentes (Most Influential People of African Descent – MIPAD) desse ano. A lista, divulgada anualmente, surge com a Década Internacional dos Povos de Ascendência Africana (que engloba o período 2015-2024), proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas na sua resolução 68/237.
Em Portugal, onde nasceu e sempre residiu, recebeu também em 2021 os prémios de melhor artista masculino, melhor álbum e ainda o prémio da crítica, nos Play-Prémios da Música Portuguesa, atribuídos pela Audiogest e pela Gestão dos Direitos dos Artistas (GDA). Alguns anos antes, em Cabo Verde, o tema “Ka bu tchora” foi considerado o melhor batuku e Eva o melhor álbum acústico de 2013, na premiação Cabo Verde Music Awards.
Uma carreira em ascensão que começou a decolar em 2012, quando decidiu dar uma guinada musical e assumir a sua identidade cabo-verdiana como um elemento decisivo naquilo que produz. Na altura, vinculou-se à Lusafrica, e foi em busca das suas raízes, familiares e culturais. A começar pelo nome artístico, que a partir de então passou a ser não apenas Dino, mas Dino d’Santiago (a sua família é de Santa Catarina).
Eva é o primeiro álbum desta nova fase e o single Nos tradiçon conta com a participação de Sara Tavares ao violão e na produção musical e Jay Moreira na voz. Compondo e cantando em crioulo e em português, o disco mescla os ritmos tradicionais cabo-verdianos com o fado, o soul, o R&B, resultando em algo muito próprio e que reúne todas as suas influências. Seguem-se, na mesma linha, mas com uma abordagem mais ligada à música de dança contemporânea e à eletrónica, os álbuns Mundo Nobo (2018) e Kriola (2020).
Em entrevista ao canal Maluco Beleza, Dino conta o seu percurso de vida e trajetória musical.
Antes dessa guinada, Dino d’Santiago vinha desenvolvendo a sua carreira no contexto da música pop em Portugal, depois de, em 2003, ter sido um dos finalistas da segunda edição do programa Operação Triunfo, da RTP. No ano seguinte, integra a Jaguar Band, que acompanha o grupo Expensive Soul ao vivo. O seu primeiro álbum a solo sai em 2008, intitulado Eu e os meus, com vários convidados, entre os quais Virgul e Pacman (dos Da Weasel), e Tito Paris. Em 2009, junta-se a Virgul para fundar os Nu Soul Family e gravam Never too late to dance. O single da dupla This is for my people recebeu o prémio MTV Best Portuguese Act.
Dino d’Santiago é sobrinho-neto de N’toni Denti d’Oru, e vem de uma família bastante religiosa. Foi em coros da igreja católica que frequentava, em Quarteira, que Dino começou a cantar.
Discografia
- Eu e os meus, CD, Edel, Alemanha, 2008. Com Soul Motion.
- Eva, CD, Lusafrica, Paris, 2013.
- Mundu Nôbu, Sony Music, Lisboa, 2018.
- Kriola, Sony Music, Lisboa, 2020.
- Badio, Sony Music, Lisboa, 2021.
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