Benitómica

Por GN em

Benitómica. Na fila de trás, Piras, cujo filho Nuno Monteiro cedeu a foto a este projeto. O primeiro à dir., Lela Preciosa?. Na frente, dir. para esq.: Ti Goy, Caraca, com o violão, e Longino.

Grupo, déc. 1960 – déc.1970

Época da introdução dos instrumentos elétricos em Cabo Verde, os anos 1960 veem surgir várias formações em que bateria, baixo e guitarra passam a ser lei na animação dos bailes, lançando no ostracismo os tradicionais grupos de “pau e corda”. Benitómica insere-se nesse momento. Em maio de 1964, num concurso musical organizado pela Rádio Clube de Cabo Verde (RCCV) o grupo recebeu o premo do júri para o melhor conjunto, como regista o jornal O Arquipélago (07.05.1964).

O Benitómica teve diferentes formações durante a sua existência – de meados da década de 1960 até o início da década de 1970 –, com uns a emigrar e outros a substituir os ausentes e estes posteriormente a regressar. Dada a dificuldade de estabelecer cada uma das diferentes formações, ficamos com uma lista de nomes que passaram pelo grupo. Ti Goy (guitarra), Jack Estrelinha e Lourenço Pilinha (ambos no trompete), Knik (baixo) e Natchatche (bateria) parecem ter constituído o núcleo duro, a que se terão juntado, em algum momento, Piras (Pedro da Cruz Silva Monteiro, bateria), Ti Fefa e Artur de Praça. Ney Machado entra como vocalista em 1967, e cerca de dois anos depois é substituído por Djô, mais tarde membro do África Star. Chala (clarinete) teve uma passagem rápida pelo grupo.

O Benitómica terá existido até pelo menos o início de 1972. Uma notícia n’O Arquipélago (24.02.1972) informa que um dos bailes de Carnaval daquele ano foi animado pelo Voz de Cabo Verde, com Bana, Jorge Sousa e Luís Morais, e pelo Benitómica.

Este grupo terá tido um papel de terra fértil onde alguns talentos começaram a brotar. Para além dos exemplos referidos, há o detalhe de o baixista Knik (José Manuel Paris) ser o de pai de Tito Paris, Manuel Paris e Toy Paris e avô do percussionista Cau Paris e do baixista Miroca. Este, aliás, filho de Natchatche, membro do Benitómica. E foi na bateria pilotada por este último – trazida por Knik, entre outros instrumentos para o grupo, no regresso de uma das suas viagens como marítimo – que Toy Paris, ainda pequeno demais para alcançar o pedal, começou o seu aprendizado.

Agradecimentos a Nuno Monteiro e Fátima Bettencourt pela ajuda na construção desta página.

error: Content is protected !!