Alegres, Os

Por GN em

Grupo, c. 1969 – c. 1975

Como outros grupos cabo-verdianos que mantêm o nome mas constituem formações bem diferentes em diferentes momentos, Os Alegres têm uma primeira fase em que aparecem em várias atividades em São Vicente, como bailes e festas, relatadas pelo jornal O Arquipélago. Por exemplo, em dezembro de 1971, por ocasião do juramento de bandeira dos militares, tocaram no almoço dos oficiais, sargentos e soldados do Centro de Instrução Militar (O Arquipélago, 16.12.1971). Um ano depois, o mesmo jornal (07.12.1972) publica uma notícia sobre os grupos locais informando que, com a viagem do Voz de Cabo Verde para a Guiné e d’Os Caites para Lisboa, o fim do ano na cidade ficará entregue aos conjuntos Os Alegres, que tocará no Grémio Recreativo Mindelo, e Kings, previsto para animar a festa no Rádio Clube Mindelo (07.12.1972). Passa-se mais um ano para se verificar, entre informações sobre a quadra natalícia, que Os Alegres, dirigido por Malaquias Costa, tocou no hospital, assim como o grupo Kings. Nesse mesmo final de 1973, a festa de Natal no Comando Naval contou com a presença de Voz de Cabo Verde e Os Alegres (27.12.1973).

Tey Santos, Kiki Lima, Malaquias Costa, Toy Cabecinha e Ney Machado foram os integrantes do grupo entre 1969-1970, segundo este último em Cabo Verde & a Música – Dicionário de Personagens. Kiki Lima, por sua vez, na mesma obra, refere que os Alegres surgem com a dissolução de um outro grupo, Os Crioulos, por iniciativa de Malaquias. Bebeth (mais tarde membro do Voz de Cabo Verde) terá também participado nessa altura.

Mais tarde, em 1975, o grupo estará em Portugal a gravar um LP, segundo Pedrinho (Pedro Ramos Fernandes), também no dicionário de personagens atrás citado. Este músico refere ser de facto um grupo diferente, em que Malaquias é o único da fase anterior e, assim, terá sido o responsável pela manutenção do nome. Djone Vivi (guitarra ritmo), Malaquias (baixo), Manuel (guitarra solo), Armindo (bateria), Fefa (voz) e Pedrinho (teclado) formavam esse novo grupo, no qual a certa altura Leonel Almeida terá participado.

Se no início da década Os Alegres animavam festas dos militares a serviço do regime colonial, agora, no fervor da independência surgem com um LP recheado de temas como “Es mata Cabral”, “Se tugas lembra” e “Inçá nos Bandera”. Sinal dos tempos.

Discografia

  • Reação, LP, Do-La-Si/Electromovel, Lisboa, 1975?.
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