Zé Luís
José Luís Teixeira
Praia, ST, 1953
Cantor, compositor
Durante muito tempo Zé Luís cantou em bares e situações informais, na Praia. Mas foi quase a completar 60 anos que, em 2011, foi “descoberto” pelo produtor Djô da Silva, quando animava um almoço para convidados do Ministério da Cultura. Saiu daí praticamente com o contrato assinado e ainda antes de sair o CD é dado a conhecer no Womex, o salão mundial da world music, naquele ano realizado na Grécia.
Isso no ano que se segue ao falecimento de Cesária Évora, deixando uma lacuna no mercado da música tradicional acústica, mais especificamente no segmento morna-coladeira. A aposta da Lusafrica em Zé Luís possivelmente não esteve alheia a esse fato – refira-se que é por esta editora com sede em Paris que sai o álbum, e não pela sua filial em Cabo Verde, a Harmonia.
Zé Luís viveu em São Tomé e Príncipe a partir dos 8 anos. Voltou para Cabo Verde já adulto. A mãe é que lhe incutiu o gosto pela música – cantava fados e mornas. Até iniciar a sua carreira tardia, Zé Luís exerceu a profissão de marceneiro. É também compositor, apresentando no álbum alguns temas próprios. Passada mais de uma década desse primeiro álbum, não houve mais notícias de Zé Luís no campo musical, apesar do seu início tão promissor e elogiado. Entretanto, o artista emigrou para os Estados Unidos.
Do álbum Serenata escreveu o jornalista português Jorge Lima Alves: “Aqui, tudo é como tudo devia ser: simples e belo, profundo e cativante. Os músicos não sabem tocar senão as cordas mais sensíveis e quanto ao cantor basta dizer há muito que não ouvia um timbre tão bonito e uma forma de cantar tão espontânea e justa. Ouve-se e não se acredita: esta voz, impregnada de melancolia e sensualidade, que canta essencialmente a saudade, o amor e a amizade, é a de um senhor à beira dos 60 anos que até agora só cantava para amigos e familiares” (Buala).
Discografia
- Serenata, CD, Lusafrica, Paris, 2012.
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