Memé Landim

Por GN em 11 de Maio, 202311 de Maio, 2023

Armando Landim do Nascimento

Lora, São Domingos, Santiago, 1951

Cantor, compositor, instrumentista (gaita)

Funaná com ferro e gaita, que ganha força depois do êxito do Ferro Gaita em meados dos anos 1990, eis a música de Memé Landim, que grava o seu primeiro trabalho em 1999, Canga boi, uma cassete editada em Portugal, unicamente com ferro e gaita, mais tarde editada em CD. Esse trabalho terá passado despercebido, como refere Simão Rodrigues num artigo no jornal Horizonte (“Memé Landim – Canga boi está de volta”, 02.09.1999).

O segundo álbum sai em 2005, Tchada pilan katuta, com o filho Zé Mulato no ferrinho e contando já com uma banda de apoio da qual fez parte, entre outros, músicos como Paló e Adão Brito.

Nas suas atividades musicais, atua habitualmente em espaços da comunidade cabo-verdiana em França, onde reside, e participou, no Canadá, num encontro mundial de música de acordeão em 2006, segundo um artigo no A Semana Online (Otília Leitão, “Postal de Lisboa”, 29.04.2010). Ao A Semana Memé Landim contou que, ao emigrar pela primeira vez, chegou a Lisboa à noite e “logo na madrugada do dia seguinte comecei a trabalhar com a mesma roupa. Só tirei a gravata!”. Era no início dos anos 1970. Mais tarde, passou alguns anos na Espanha e radicou-se em França nos anos 1980, sempre a trabalhar na construção civil, estabelecendo-se como subempreiteiro, depois de desempenhar diferentes tarefas.

Quando se iniciou na música, contava 19 anos. “Comecei a tocar nalguns bailes, em Salineiro, São Martinho, Picos e em várias outras localidades. Só não comecei mais cedo, porque o meu pai não me deixou. Sabes, havia, naquele tempo, a mentalidade de que os músicos eram bandidos. Por isso, era obrigado a ir para o campo e cuidar dos animais”, revelou ao jornalista Carlos Flôr (Horizonte, 15.08.2005) por ocasião do lançamento do seu segundo álbum. Mas isso durou pouco tempo. Depois de adquirida a primeira gaita, nunca mais parou.