Kalú Monteiro
Carlos Alberto Monteiro
Ponta do Sol, Santo Antão, 1964
Instrumentista (bateria), compositor, arranjador, produtor musical
Compositor bastante requisitado a partir de finais dos anos 1990, Kalú Monteiro aparece em discos de vários intérpretes, em alguns deles com várias composições.
É da sua autoria “El é Sebim”, grande sucesso na voz de Grace Évora, gravada no disco Aventura, de 2003, composição que, segundo Kalú revelou a Cabo Verde & a Música-Museu Virtual, tinha sido composta para ser gravada por Bana, o que acabou por não acontecer. Sucessos na voz deste cantor foram “Fitche Fatche” e “No Marimba”, parceria de Kalú com Djim Job, gravadas no álbum Girassol, de 1997, em que os dois músicos também tocam e participam nos coros.
Kalú Monteiro toca bateria em discos como Intelectual, de Ildo Lobo, Café Atlântico e São Vicente di Longe, de Cesária Évora; em Bandera, dos Mendes Brothers, aparece como baterista e percussionista. Nos três álbuns de Maria de Barros, Dança ma Mi, Nha Mundo e Morabeza, além de tocar aparece na produção musical, arranjos e coros. Participou também na gravação do único álbum do Kompass, formado pelos músicos que acompanhavam Cesária na época em que Kalú participou da banda (2000 a 2002). Em Paranoia, álbum de Mirri Lobo do início dos anos 1990, assina a programação de bateria.
Na 1ª Edição do Prémio da Sociedade Cabo-Verdiana de Música (SCM), em 2022, Kalú Monteiro foi galardoado nas categorias “melhor arranjador” e “música tradicional e clássica”, pelo seu trabalho com Diva Barros na coladeira “Amdjer Coque e Bafa”, gravada por ela no álbum Um Bem dum Cavaquim.
Antes disso, nos EUA, onde vive desde 1975, participara do Jamm Band, grupo criado em Taunton em 1983, pelo qual passaram Biús e Maria de Barros, entre outros. Antes, a partir dos 11 anos, passou pelo AGT (abreviação de Aguardente), pelo Independentes e também pelo Contratempo (fase 1 e 2), época em que acompanhou Djosinha. Em 1979, Bana, Luís Morais e Paulino Vieira chegaram aos EUA para algumas atuações e, em busca de um baterista, foi Kalú, então com 15 anos, que ocupou esse lugar ao lado dos célebres músicos.
Kalú relata que a sua paixão pela percussão vem desde a infância, e até hoje se recorda da ida do grupo Os Alegres ao Porto Novo, quando tentou ver o espetáculo mas não deixaram, pois crianças não eram aceites. O máximo que conseguiu, da porta, foi vislumbrar o baterista Cabanga a atuar, o que lhe ficou na memória para sempre. Algum tempo depois, quando o grupo Kings foi a Santo Antão, esteve na passagem de som, a observar com muita atenção os gestos do baterista, Figura. E anos depois, já nos EUA, quando pela primeira vez tocou uma bateria (dos seus primos, que tinham formado o grupo AGT), o que reproduziu foi exatamente aquilo que, anos antes, guardara na mente ao ver a performane de Figura. A partir daí, passou a fazer parte do grupo.
Kalú Monteiro é um dos sócios do restaurante Ten Rocks, em Pawtucket, Rhode Island, um dos principais espaços com música ao vivo no contexto da comunidade cabo-verdiana nessa região, onde toca e recebe outros artistas.
Composições
Bem fetu (parceria com Dina Medina); Bo Ke Nha Boy (parceria com Djim Djob); Cabo Verde; Coraçon Torturôde; E k´txuss; El Também J´Dame; Fidjon rafogado (parceria com Djim Djob); Ia Ile (parceria com Djim Djob); Intentação fatal; Jura; Libertam (parceria com Dina Medina); Mei tston ka tem troke (parceria com Djim Djob); Nhâ Chica; Nha Cizila; No Continua (parceria com Joe Andrade); Oh Menel (parceria com Djim Djob); Realidade (parceria com Djim Djob, João Rodrigues); Sacrifice; Segred (parceria com Djim Djob); Sono Divino; Ula; Zinga zanga (parceria com Djim Djob).