Exposição 3 Olav Aalberg

EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA

Cabo Verde, minhas memórias musicais

Por Olav Aalberg

“Esta é uma parte das minhas recordações de momentos musicais que vivi em Cabo Verde, ou junto aos cabo-verdianos, e que partilho aqui para permitir a mais pessoas terem acesso a esses registos que, acredito, ajudam – como é a proposta deste museu virtual – a contar histórias com as quais se constrói a história da música em Cabo Verde.”

Olav Aalberg

Sejam bem-vindos!

Boy Gé Mendes no Centro Cultural Francês, na Praia, em 2002. Vi muitos bons artistas lá.
Boy Gé Mendes no Centro Cultural Francês, na Praia, em 2002. Vi muitos bons artistas lá.
Dudu Araújo foi uma revelação, não conhecia o seu trabalho até então. Na plateia, todos cantavam “Apocalipse”.
Dudu Araújo foi uma revelação, não conhecia o seu trabalho até então. Na plateia, todos cantavam “Apocalipse”.
Ferro Gaita, creio a foto é de um concerto em Lisboa. Foi um concerto super bom. Encontrei-os pela primeira vez em 1995, numa cafetaria na Achada Santo António, na Praia. Tive que encomendar o primeiro disco nos EUA, porque estava esgotado em Cabo Verde pouco tempo depois do lançamento. Muito anos depois, 2009 ou 2010, consegui levá-los para o maior festival da música do mundo, em Oslo, Noruega.
Ferro Gaita, creio a foto é de um concerto em Lisboa. Foi um concerto super bom. Encontrei-os pela primeira vez em 1995, numa cafetaria na Achada Santo António, na Praia. Tive que encomendar o primeiro disco nos EUA, porque estava esgotado em Cabo Verde pouco tempo depois do lançamento. Muito anos depois, 2009 ou 2010, consegui levá-los para o maior festival da música do mundo, em Oslo, Noruega.
Sema Lopi, ouvi-o pela primeira vez no Fesquintal de Jazz. Ele, Kodé di Dona e Nené Preta.
Sema Lopi, ouvi-o pela primeira vez no Fesquintal de Jazz. Ele, Kodé di Dona e Nené Preta.
Visitei Sema Lopi em sua casa, como costumava fazer, gostei sempre de ir falar com os grandes músicos. Aprendi muito.
Visitei Sema Lopi em sua casa, como costumava fazer, gostei sempre de ir falar com os grandes músicos. Aprendi muito.
Tchalé Figueira eu conhecia só como artista plástico, um grande pintor. Foi uma surpresa ouvi-lo no Centro Cultural Francês.
Tchalé Figueira eu conhecia só como artista plástico, um grande pintor. Foi uma surpresa ouvi-lo no Centro Cultural Francês.
Tchalé Figueira e Santos. Convidei a minha mãe e o meu irmão, também músico, para assistirem esse concerto. Eles estavam em férias connosco, e ficaram surpresos e bem impressionados com o alto nível musical, e também o número de bons artistas, no palco e entre o público.
Tchalé Figueira e Santos. Convidei a minha mãe e o meu irmão, também músico, para assistirem esse concerto. Eles estavam em férias connosco, e ficaram surpresos e bem impressionados com o alto nível musical, e também o número de bons artistas, no palco e entre o público.
Tcheka conheci por que vivíamos na mesma zona na Achada Santo António, ano 2002.
Tcheka conheci por que vivíamos na mesma zona na Achada Santo António, ano 2002.
Izé encontrei finalmente em Paris, anos depois de ter conhecido a sua música. Teófilo Chantre encontrei pela primeira vez em Oslo, anos 1990.
Izé encontrei finalmente em Paris, anos depois de ter conhecido a sua música. Teófilo Chantre encontrei pela primeira vez em Oslo, anos 1990.
Izé Teixeira.
Izé Teixeira.
Lena França, um dos muitos concertos que vi na Praia.
Lena França, um dos muitos concertos que vi na Praia.
Isa Pereira foi uma das participantes num festival de vozes femininas, em 2002. Com Mayra Andrade e Vera Cruz, com a sua presença e maneira de cantar bem forte. Elas estavam todas lá, em frente ao liceu, no Plateau.
Isa Pereira foi uma das participantes num festival de vozes femininas, em 2002. Com Mayra Andrade e Vera Cruz, com a sua presença e maneira de cantar bem forte. Elas estavam todas lá, em frente ao liceu, no Plateau.
Isa Pereira.
Isa Pereira.
Vera Cruz.
Vera Cruz.
Zé Henrique e Paulino Vieira, no Centro Cultural Francês. Paulino disse-me que eu tinha que ir conhecer o excelente compositor Zé Henrique. Os dois, bem humildes, grandes compositores.
Zé Henrique e Paulino Vieira, no Centro Cultural Francês. Paulino disse-me que eu tinha que ir conhecer o excelente compositor Zé Henrique. Os dois, bem humildes, grandes compositores.
Esta foto é na Praia, mas uma vez fui para o Bar Vulcão, na Amadora. Ele não levou a guitarra, só a gaita de boca, por ser uma zona um pouco perigosa à noite, mas fez um concerto espectacular – toda a gente a cantar, sob a sua direção. Estavam todos lá, Mário Rui e Jorge Neto, entre outros.
Esta foto é na Praia, mas uma vez fui para o Bar Vulcão, na Amadora. Ele não levou a guitarra, só a gaita de boca, por ser uma zona um pouco perigosa à noite, mas fez um concerto espectacular – toda a gente a cantar, sob a sua direção. Estavam todos lá, Mário Rui e Jorge Neto, entre outros.
Tibau Tavares.
Tibau Tavares.
Tibau, Zé Henrique e Tcheka.
Tibau, Zé Henrique e Tcheka.
Vadú, 2002.
Vadú, 2002.
5al da Música.
5al da Música.
Batukaderas.
Batukaderas.
Humbertona.
Humbertona.
Malaquias – um rock star com rabeca.
Malaquias – um rock star com rabeca.
Raul de Pina, quase 100 anos, “eu vou vos dizer quantos filhos tenho, mas eu não vou dizer quantas mulheres tive”. Tocou e tocou, seguido duma banda da Roménia. Depois Nhô Raul deu a rabeca para o Paulino, que acabou a noite com uma “jam session” com os músicos romenos utilizando a canção “Sodade” como base. Um dos maiores momentos da minha estada em Cabo Verde, e eu tinha muitos!
Raul de Pina, quase 100 anos, “eu vou vos dizer quantos filhos tenho, mas eu não vou dizer quantas mulheres tive”. Tocou e tocou, seguido duma banda da Roménia. Depois Nhô Raul deu a rabeca para o Paulino, que acabou a noite com uma “jam session” com os músicos romenos utilizando a canção “Sodade” como base. Um dos maiores momentos da minha estada em Cabo Verde, e eu tinha muitos!
Encontro de violinos: o alemão Martin Schaefer, Malaquias Costa, Augusto de Pina e Nho Djonsinho Alves.
Encontro de violinos: o alemão Martin Schaefer, Malaquias Costa, Augusto de Pina e Nho Djonsinho Alves.
Nho Djonsinho Alves.
Nho Djonsinho Alves.
Carlos Martins, saxofonista português, Martin Schaefer com Augusto de Pina. Fesquintal de Jazz, 2002.
Carlos Martins, saxofonista português, Martin Schaefer com Augusto de Pina. Fesquintal de Jazz, 2002.
Kodé di Dona visitei primeira vez com o Paulino. Claro que foi super!
Kodé di Dona visitei primeira vez com o Paulino. Claro que foi super!
Maman Cabral, um grande tocador e cantor de funana. Vi-o uma única vez, e me parece que ninguém o conhecia.
Maman Cabral, um grande tocador e cantor de funana. Vi-o uma única vez, e me parece que ninguém o conhecia.
Sema Lopi no Fesquintal de Jazz, 2022.
Sema Lopi no Fesquintal de Jazz, 2022.
Totinho. Tantos bons músicos que vi e ouvi em Cabo Verde.
Totinho. Tantos bons músicos que vi e ouvi em Cabo Verde.
Princezito – deu uma "conbersu sabi" a primeira vez que o vi no 5al da Música. Naquele tempo eu não entendia kriolo profundo, mas o público ria quase todo o tempo.
Princezito – deu uma "conbersu sabi" a primeira vez que o vi no 5al da Música. Naquele tempo eu não entendia kriolo profundo, mas o público ria quase todo o tempo.
Vadú – Um músico que Cabo Verde perdeu numa idade prematura. Ouvi a sua música através do tio dele, Zeca, num CD. Anos depois consegui assistir a alguns concertos em que ele tocou.
Vadú – Um músico que Cabo Verde perdeu numa idade prematura. Ouvi a sua música através do tio dele, Zeca, num CD. Anos depois consegui assistir a alguns concertos em que ele tocou.
Princezito e Vadú.
Princezito e Vadú.
Zé Luís, no Fesquintal de Jazz, 2022.
Zé Luís, no Fesquintal de Jazz, 2022.
Zé Luís, um dos muitos cantores que cheguei a ver no palco de, por exemplo, Bar América, no bairro de Tira Chapéu. Cantavam algumas cantigas maravilhosas e desapareciam...
Zé Luís, um dos muitos cantores que cheguei a ver no palco de, por exemplo, Bar América, no bairro de Tira Chapéu. Cantavam algumas cantigas maravilhosas e desapareciam...
Mayra Andrade, no início da sua carreira musical, ainda adolescente. Encontrei o primeiro manager dela, na Praia. Ele me deu um CD demo, com uma faixa creio que Mayra nunca pôs num CD.
Mayra Andrade, no início da sua carreira musical, ainda adolescente. Encontrei o primeiro manager dela, na Praia. Ele me deu um CD demo, com uma faixa creio que Mayra nunca pôs num CD.
Bitori Nha Bibinha
Bitori Nha Bibinha
Nhô Ntoni Denti D'Oru, primeira vez que o encontrei, na casa de amigos em São Domingos.
Nhô Ntoni Denti D'Oru, primeira vez que o encontrei, na casa de amigos em São Domingos.
Ntoni Denti d'Oru visitei várias vezes, para aprender o máximo possível sobre o batuku, finason e sambuna. Ele gostava de fazer surpresas, como quando deitou-se no palco, para as meninas dançarem por cima dele. “Sim, claro", disse ele, com o seu sorriso. "Se o público não responde como quero, faço coisas para os espantar um pouco.”
Ntoni Denti d'Oru visitei várias vezes, para aprender o máximo possível sobre o batuku, finason e sambuna. Ele gostava de fazer surpresas, como quando deitou-se no palco, para as meninas dançarem por cima dele. “Sim, claro", disse ele, com o seu sorriso. "Se o público não responde como quero, faço coisas para os espantar um pouco.”
Aqui, numa outra visita. O meu filho gostou bastante do batuku de Nhô Ntoni Denti d'Oru.
Aqui, numa outra visita. O meu filho gostou bastante do batuku de Nhô Ntoni Denti d'Oru.
Paulinho e Ravi Freeman músicos
Paulino e Ravi Freeman. Ravi é conhecido por sua maneira de tocar o kora. Anos depois, Ravi me mandou um e-mail, pedindo contacto com Paulino, por que tinha gostado tanto de tocar com ele.
Gil Moreira músico
Vi o Gil Moreira na RTC, quando ele, ainda jovem, fez um bom "conbersu sabi", era uma história sobre calças moda saia. Depois ele continuou de fazer batukus.
imagem de bar com música
Keita no bar "Hotel Holanda". Os donos, "Rere" e a sua esposa Anni, holandesa, puseram instrumentos musicais no bar do hotel. Músicos costumavam ir lá, tomar um copinho, e tocar. Keita chegou uma noite e fez um show, cantando entre outros, o seu "Dja ca sabedo". Nós todos, nas mesas, acompanhávamos com palmas!
Keita músico
Keita. Ouvi o seu "Minino de Pobre" anos antes de o ter encontrado pelas ruas da Achada Santo António.
Gamal músico
Conheci Gamal incialmente como instrutor de capoeira, mas ele tinha a sua própria banda também.
Djoy Amado músico
Djoy Amado. Mais um vizinho e amigo da zona. Calmo, pensativo, ele contou-me muito sobre as suas ideias musicais.
Sana Pepers e Djulay músicos
Sana Pepers/Djulay. Único músico de blues-rock que encontrei em Cabo Verde. Como sempre, a plateia conhecia as letras e cantava junto com ele na cantiga "Minina na Panela".
Edson Dany músico
Edson Dany.Gosto muito da voz dele, e perguntei-lhe por que não continuou a tocar o seu estilo batuku-rock que o ouvi tocar com a sua banda, Djingo, num concerto no início de 2002. Contou-me que o mercado estava mais para o zouk love – "tenho que ganhar dinheiro, né?", disse ele.
Sugestão:
veja a exposição
ouvindo a musica de Vadú

Olav Aalberg é jornalista, natural da Noruega. Durante alguns anos, a sua vida familiar levou-o a Cabo Verde várias vezes, em férias. E também viveu na Praia durante todo o ano de 2002. Os concertos que assistiu, os artistas que conheceu, as músicas que ouviu e os discos que adquiriu são elementos marcantes nas suas recordações. Olav Aalberg já teve um website sobre a música de Cabo Verde e é um grande apoiante e colaborador de Cabo Verde & a Música – Museu Virtual, entre outros projetos ligados à música cabo-verdiana.

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