Manu Lima

Por GN em

Manu Lima. Fonte: Syllart Records/Facebook

Emanuel Lima

Dacar, Senegal, [déc. 1960]

Instrumentista (teclas), arranjador, compositor, cantor

Fundador do Cabo Verde Show, que marcou época nos anos 1980. No grupo, Manu assumia os teclados e vocal, ao lado de Gérard Mendes. Manu Lima vai firmar-se ao longo do tempo não como um artista com carreira solo, mas sim como arranjador e produtor de grande número de trabalhos, de artistas cabo-verdianos e não só. A editora francesa Syllart Records, com quem Manu colaborou em muitos trabalhos, descreve-o na sua página no Facebook como “o inventor do Afro-zouk”.

Como compositor, Manu Lima assina grande parte dos temas gravados pelo Cabo Verde Show. Vários artistas cabo-verdianos gravaram temas seus, como Jacqueline Fortes, Marízia e Nando da Cruz, entre outros.

A certa altura, nos anos 1980, o Cabo Verde Show estava desfeito e Manu Lima passou a tocar teclados no Sun of Cap, grupo efémero em que participou, entre outros, Djô da Silva como percussionista. Quando acabou, Silva, já como produtor, e Manu Lima decidem relançar um grupo, mas com outro nome. Este grupo acompanhava diferentes artistas, e em 1985 fez uma digressão a Cabo Verde com Jacqueline Fortes, Damião Matias, René Cabral e Manu Lima. Chamamos isso ‘tournée das quatro estrelas’”, recorda Djô da Silva (Cabo Verde & a Música  Dicionário de Personagens). Com o êxito da digressão, relançaram Cabo Verde Show, nome com que trabalharam até 1987, acompanhando artistas. É dessa época o selo Joman’s (Djô e Manu, que incluía ainda Orlando Juff, dono da loja Cabo Verde Music).

Com o fim do Cabo Verde Show, Manu Lima começa a trabalhar individualmente como músico, produtor e arranjador, numa intensa atividade. Artistas africanos radicados em França como Ismael Lo, Oliver N’Goma, são alguns dos nomes com quem trabalhou, assim como Bonga. Entre artistas cabo-verdianos, colaborou entre outros com Dudu Araújo, na gravação do seu primeiro álbum, Praia Santa Maria, e Cesária Évora – o LP La diva aux pieds nus, de 1988, tem metade dos arranjos de Manu Lima e metade de Paulino Vieira.

Em 1995,Manu Lima reúne-se ao antigo companheiro Gérard Mendes, que entretanto iniciara carreira a solo com o nome artístico Boy Gé Mendes, no álbum Di oro, em que Manu toca e faz os arranjos para temas de Boy Gé. Ao longo dos anos, fica patente a interação de Manu Lima com artistas de diferentes gerações – Fred’D Lima, por exemplo, em Nha vida swing, Gil Semedo em Dedicaçon, Paulinha em Dodu na bô e o single Falal nha amigo, com DJ Baby-T, entre outros.

Composições

Ângela; Anita; Baracca; Bo ca tem mas; Cadeira kemado; Cansera (parceria com Sunny Boy); Cola nha terra (parceria co Fred Lima); Coladance 80; Consedjo de amigo (parceria com Sunny Boy); Cooperanti; Desde quel dia; Es matame; Fracassado (parceria com Sunny Boy); Cabriola (parceria com Sunny Boy); Graça di No’sei; Joana; Koutoubo; Liberdade; Meninas de Rhode Island; Ney; Nha problema; Noite de sabura (parceria com Sunny Boy); Nos É criol; Ó que destino; Oh desgostos nes terra; Oh Milena; PAI-Gozadors; Recordo pensa; Terra Franca; Toute femme cone ça.


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