Longino
Longino Baptista da Cruz
Mindelo, São Vicente, 1944 – Barreiro, Portugal, 2003
Cantor
Em meados dos anos 1960, em São Vicente, vários grupos surgiram e desapareceram sem deixar história, outros deixaram registos da sua vida efémera. Longino Baptista (entr. 2002) cantava eventualmente com alguns deles, como Benitómica, Los Gatos Bravos e Ritmos Cabo-Verdianos. Com este último, atuou na Guiné-Bissau em 1965 e, no ano seguinte, no festival de ié-ié realizado em Lisboa, onde gravaram um EP, mas em cuja capa o vocalista não aparece.
Em 1973, Longino enfrenta algumas das peripécias da emigração ilegal. É barrado na fronteira holandesa; parte para a Espanha, onde encontra trabalho num barco inglês e lhe arranjam uma carta marítima; e consegue finalmente entrar na Holanda. Contudo, não se adapta ao clima e adoece, ficando só oito meses, acabando por regressar a Portugal, ponto de entrada na Europa.
Em Portugal, depois de participar de um disco de Luís Morais e seu conjunto (leia-se Voz de Cabo Verde na versão anos 1970), irá gravar quatro LP a solo, nos quais se encontram alguns temas da sua autoria, músicas brasileiras e latino-americanas. Fica pelos anos 1980 o seu percurso na música de Cabo Verde, embora chegue a atuar pontualmente numa discoteca em Almada, nos seus últimos anos de vida, a residir num bairro social no Barreiro.
Discografia
- Cartinha, LP, VCV, [1976].
- Aga d’Maderal, LP, DMC, [1977].
- No relembrá, LP, Iefe, 1987.
- Pê d’boi, LP, e/a, [déc. 1980].
- Participação, com Djô, em Cabo Verde 74 – mornas e coladeiras, LP, Do-La-Si, 1974 (Luís Moraes e seu conjunto).
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