Tchala
Marcelino Almeida
Mindelo, São Vicente, 1957
Instrumentista (cavaquinho), cantor, compositor
Tchala iniciou-se na música ao aprender os primeiros acordes com Lela Preciosa, a quem encomendou, nos anos 1970, o seu primeiro violão e o seu primeiro cavaquinho, tendo optado por este último. Depois de tocatinas informais, passou a tocar nas chamadas noites cabo-verdianas em bares, restaurantes e hotéis, tendo acompanhado artistas como Manuel d’ Novas, Cesária Évora, Luís Morais, entre outros.
Mas também é cantor de voz grave e sonora. Além da morna e da koladera, teve sempre no seu repertório géneros como o bolero e o samba, entre outras músicas brasileiras. Como compositor, é autor de um samba intitulado “Zidurinha”, de temática carnavalesca – Zidurinha, mnininha d’ Lombianinha/ Rainha d’ Saikô-Dayô/ Na quêl temp d’ Japonês – e das koladeras “Tchá gente sosegóde” e “Bô crê panhá lête”, inéditas.
Em 1994, Tchala participou, na Holanda, na gravação do CD Stop Racisme (1994) de Agostinho Santos, integrado no Quinteto Bordão. Emigrou para a Suécia em finais da década de 1990 e mais tarde fixou-se na Noruega. Na Bélgica, formou um grupo com músicos locais, Tchala’s Band, que atua em espaços de música ao vivo e grvou o álbum Coexistência.
É de 2003 o álbum Aló aló Mindelo – Carnaval de São Vicente, projeto pioneiro no sentido de reunir músicas de temática carnavalesca. No álbum, Tchala aparece somente a cantar, num disco que contou com arranjos de Bau e a colaboração de Tey Santos na concepção de toda a percussão. O disco traz temas de Vlu e Manuel d’ Novas, entre outros, além do clássico “Intentaçon de Carnaval”, de Tony Marques da Silva, em dueto com Mariana Ramos.
Discografia
- Aló aló Mindelo – Carnaval de São Vicente, CD, Harmonia, SV, 2003.
- Coexistência, álbum digital, Bruxelas, 2021.
Ouvir
Colaborou na pesquisa: Francisco V. Sequeira