Totinho
Domingos António Gomes Fernandes
Praia, Santiago, 1964 – Praia, Santiago, 2024
Instrumentista (sopros, percussão)
Totinho integrou a banda Cesária Évora durante vários anos, e além dos instrumentos de sopro tocava por vezes percussão, além de ter a função de animar a plateia, nos momentos mais vibrantes dos concertos. Com outros colegas da banda de Cesária, integrou o grupo Kompass. Gravou a solo os álbuns instrumentais Sentimental (1999) e Nha Homenagem (2012).
Filho de um tocador de gaita, Totinho teve como primeiro instrumento uma improvisada bateria, feita de caixas. Patalino, um amigo do bairro Achadinha, onde residiam, tocava flauta e quando partiu para a Guiné, deixou-lhe o instrumento, que Totinho começou a tocar. Foi a partir daí que enveredou pelos sopros.
Aos 16 anos, encontrava-se em Assomada a aprender carpintaria quando ouviu na rádio que a Câmara ia abrir uma escola de música. Era Manuel Clarinete que, em 1980, abria inscrições para aprendizes, com o intuito de renovar a Banda Municipal da Praia. Totinho teve então contacto com o solfejo, que estudou durante três anos – no total, esteve quatro anos na banda.
A seguir, integrou o Abel Djassi, por volta de 1986, tendo participado na gravação do único disco do grupo. Depois passou cinco anos com Os Tubarões e, com o fim desse grupo em meados dos anos 1990, foi tocar com Cesária, a partir de 1997. Como free lancer, acompanha diferentes artistas, aparecendo numa grande quantidade de álbuns. Foi considerado o melhor instrumentista pela premiação Cabo Verde Music Awards em 2014 e em 2024 nesta mesma premiação recebeu o Prémio Carreira.
Em julho de 2024, Totinho faleceu subitamente, na Praia.
Discografia
- Sentimental, CD, Harmonia, São Vicente, 1999.
- Nha homenagem, CD, ed. de autor-Fulan Productions, EUA, 2012.
