Tchiss Lopes
Narciso Lopes
Mindelo, São Vicente, 1959
Cantor, compositor, instrumentista (guitarra, baixo)
A viver na Itália desde 1980, foi nesse país que Tchiss Lopes editou quase todos os seus álbuns. Nos primeiros tempos, participou como baixista, guitarrista e vocalista do grupo Cabo Verde Novo, que estava a ser formado quando regressou à Itália, depois de uma temporada a trabalhar num barco grego. Tchiss não voltou para o mar. A sua primeira gravação foi como membro deste grupo, no LP Moreninha (1981), tendo interpretado quatro temas seus no álbum: o reggae “Black people”, duas koladeras, “Alguém oióbe” e “PAICV”, e “Sodade di Palei”, morna-canção, em homenagem ao seu grupo juvenil de São Vicente, denominado Palei.
A solo, começou com Strangêr já ca tem traboi, na mesma época da participação no grupo, com oito temas, todos de sua autoria, seguindo-se Já bô corê d’mim (1984), com sete temas seus um dos quais em parceria com Zé António (ex-África Star, ex-Voz de Cabo Verde lisboeta), e os músicos Bebeth (também ex-Voz de Cabo Verde) e Alírio. Sentimento criol surge em 1996, agora já em CD, e em 1997, em nome de Tchiss Lopes & Livity é lançado o disco, Móda bô ka-tem igual, com seis faixas de sua autoria, com participação de Alírio (percussão e coros), e da maioria dos elementos do grupo Livity, em dois temas. Kino Cabral, Beto Dias, Kalú Monteiro, Johnny Fonseca e Grace Évora são alguns dos músicos que participam. Segue-se Sentimento Real (2003), em que aparecem duetos com Grace Évora e Roger, e depois Recomeçar, em 2005. Neste mesmo ano Tchiss Lopes lança um single intitulado Sr. São Silvestre, em conjunto com Djoy Delgado e Johnny Fonseca. Estima sai em 2010. Estes últimos álbuns contam sempre na produção com a colaboração de músicos da comunidade cabo-verdiana na Holanda.
O artista, que em geral compõe os temas que grava, em géneros vários, que vão da koladera ao reggae, passando pelo kolazouk e funaná, atua habitualmente em noites cabo-verdianas em Roma mas também em espaços cujo público é maioritariamente italiano. Participou também do grupo Tropical Sound. Desde a sua chegada à Itália, Tchiss Lopes mantém-se ativo em termos musicais, sem ser essa a sua profissão. Trabalha numa empresa de tratamento de águas.
Discografia
- Stranger já ca tem traboi, LP, Fernando Lopes/Tchiss Lopes, Roma, 1982.
- Já bô corê d’mim, LP, Fernando Lopes/Tchiss Lopes, Roma, 1984.
- Tonte sonhe tonte sperança, LP, Pomodoro Studio, Roma, 1986.
- Sentimento criol, CD, Valdom, Roma, 1996.
- Móda bô ka-tem igual, CD, Laurindo, Dorchester, 1997. Com Livity.
- Voz d nha sentimento, CD, ed. de autor, Roma, 2001.
- Sentimento real, CD, Boa Música, Lda/RBR, Dorchester, 2003.
- Recomeçar, CD , ed. de autor, Roma, 2005.
- S.S. Silvestre, CD single, JNJ Productions, Roterdão, 2005. Com Johnny Fonseca e Djoy Delgado.
- Estima, CD, IBLR-0309, Tchiss Lopes/B.Leza Records, Roma, 2010.
- Páginas d’vida, álbum digital, ed. autor, 2015.
- Nôs Mindel, álbum digital, ed. autor, 2019.
- Participação no CD Cabo love – Ramed d’amor, 1997, em dueto com Nhone Lima, com o tema “Devoração”.
- Participação no CD Nha sonho, 2004, com o tema “Rabolada”.
- Participação no CD Dor d’vida, dos Black Company, 2012.
Ver e ouvir
Colaborou na pesquisa: Francisco V. Sequeira