Jorge Sousa
Jorge Manuel Monteiro Sousa
Mindelo, São Vicente, 1948
Cantor
Nos finais dos anos 1960, em São Vicente, Jorge Sousa era uma das vozes que frequentemente se reuniam em espetáculos no Eden Park e outros espaços. Durante cerca de dois anos, atuou com Os Caites, como dá conta uma notícia no jornal O Arquipélago (16.04.1970), e a seguir foi convidado por Bana e Luís Morais para integrar o Voz de Cabo Verde, na fase de reestruturação deste, quando já não contava com Djosinha, Morgadinho e Toy Ramos. Com o grupo, viajou por Portugal, São Tomé e Príncipe e Angola. No Carnaval de 1972 no Mindelo, segundo o mesmo jornal, atuaram nas festas no Eden Park e poucos dias depois fizeram um concerto em que “além das sentimentais mornas e das trepidantes coladeiras na voz inconfundível de Bana, Jorge Sousa e Tony Óscar brindaram a assistência com expressivo reportório do folclore sul-americano e de música pop…” (O Arquipélago, 17.02.72; 24.02.72).
Em 1973, Jorge Sousa emigrou para França, onde atuou em boates, mas a aposta na música foi deixada de lado pela segurança de um emprego certo. Apesar de ser técnico de laboratório fotográfico, acabou por se fixar como empregado de uma grande rede de lojas.
De uma família musical, tem duas irmãs cantoras, que passaram rapidamente pelos estúdios: Maria da Luz, uma pioneira nas gravações em Cabo Verde, e Arminda Sousa. Ele próprio, só em 1999 gravou a solo o CD Sinal d’Amor, um disco acústico em que predominam mornas e koladeras na sua voz clara e aberta. Participa também, entre outros artistas radicados em França, no CD Ex-ilhas Cap Vert à Paris, projeto de Jovino dos Santos. Ao longo dos anos, Jorge Sousa atuou com frequência nos EUA, em espaços da comunidade cabo-verdiana. Atualmente vive em São Vicente, onde faz atuações eventuais.
Discografia
- Sinal d’amor, CD, JWS/Édition 4, Paris, 1999.
- Participação no CD Ex-ilhas – Cap Vert à Paris, 1997, a interpretar o tema “Testamente de Mari-Matchim”.